Europeias: Cavaco volta a apelar contra a abstenção, porque "é o interesse nacional que está em causa"

O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, voltou hoje a apelar aos portugueses para que não deixem de votar nas eleições europeias e exprimam a sua vontade, sublinhando que "é o interesse nacional que está em causa".

"Estas eleições para o Parlamento Europeu são importantes para o futuro da Europa e são importantes para a vida dos portugueses, para o nosso desenvolvimento e porque sei que nos próximos anos as instituições europeias irão tomar decisões com influência directa na vida dos portugueses", afirmou Cavaco Silva, em declarações aos jornalista, depois de ter votado.

Por isso, acrescentou, é que fez um forte apelo "para que os portugueses não deixassem de votar, não deixem a decisão na mão dos outros, eles devem exprimir a sua vontade".

"É o interesse nacional que está em causa", salientou, Cavaco Silva, que votou pouco depois das 13:00 na escola EB 2,3 Bartolomeu de Gusmão, no bairro da Lapa.

Quanto à afluência às urnas até ao momento, o chefe de Estado disse ter sido informado por um dos responsáveis da sua secção de voto que "está na linha" de eleições anteriores.

Questionado se isso será consequência dos seus apelos, Cavaco Silva disse que gostaria que sim, não só no bairro da Lapa, mas em todo o país.

"Eu fiz um apelo muito sincero, tentando explicar aos portugueses que estas eleições não é qualquer coisa de muito longínquo, que não tem nada a ver connosco", declarou.

Pelo contrário, continuou, é um acto eleitoral que tem que ver com todos os portugueses.

"Basta pensar que muita da legislação que hoje se aplica em Portugal às actividades económicas, à nossa vida, é legislação aprovada no Parlamento Europeu e que o Parlamento Europeu tem uma voz cada vez mais forte, principalmente quando entrar, esperemos que entre, em vigor o Tratado de Lisboa", insistiu.

Interrogado se lamenta que o tema da Europa tenha sido pouco discutido pelos partidos durante a campanha eleitoral, o chefe de Estado admitiu não poder deixar de concordar com essa visão, apesar de ter sido um problema que se registou por toda a Europa.

"Não posso deixar de dizer que o senhor tem alguma razão, mas dizem-me que aconteceu um pouco o mesmo por toda a Europa e é pena, porque quer dizer que os europeus consideram que a Europa é um dado adquirido", reconheceu.

Contudo, enfatizou, "é bom exprimir a nossa vontade no dia certo, na hora certa, para que depois não façamos queixas 'afinal eu não gosto daquilo que fizeram, mas ficámos em casa no dia em que pudemos escolher'".

"Ainda temos quase umas 6 horas e eu espero que muitos portugueses que estão perto dos locais de voto não deixem de ir votar e que outros que estão mais longe façam um sacrifício para chegarem ao local de voto antes das 7 horas", conclui o Presidente da República.

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