Manuela Ferreira Leite contra "chips" de localização nos carros

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Segundo Manuela Ferreira Leite, Portugal vai ser o primeiro país da Europa a ter um sistema de localização deste género Adriano Miranda/PÚBLICO

A presidente do PSD contestou ontem à noite a instalação obrigatória de "chips" nas matrículas, dizendo que já teme "ser escutada" ao telemóvel e não quer ter medo de "ser seguida".

Durante um discurso em Vagos, no distrito de Aveiro, tendo ao seu lado o cabeça-de-lista social-democrata ao Parlamento Europeu, Manuela Ferreira Leite referiu que "há meia dúzia de dias este Governo aprovou um diploma" relativo a "todos aqueles que disponham de um veículo automóvel".

"Mas não é só um veículo automóvel: triciclos, bicicletas, tudo o que ande com rodas, todos vão ser obrigados a ter um sinal na sua matrícula que identifica a localização desse veículo", acrescentou.

"Cada um de nós vai passar a ser localizado em qualquer momento. Alguém, não sabemos quem, vai passar a fazer esse controlo", prosseguiu, considerando que isso é "absolutamente inadmissível" e que, pelo menos, deveria ser "facultativo".

"Mas obrigatório? Então eu agora de cada vez que vou para um lado tenho a certeza de que alguém sabe onde é que eu estou? Então eu já tenho medo de ouvir o telemóvel com medo de estar a ser escutada, agora ainda vou ter medo de sair de casa com medo de ser seguida?", questionou, recebendo palmas.

Segundo Manuela Ferreira Leite, "Portugal vai ser o primeiro país da Europa a ter um sistema destes", que foi rejeitado nos outros países "porque a opinião pública se levantou e não permitiu semelhante decisão".

"Pois este Governo, um bocado à socapa, porque é evidente que isto merecia uma discussão pública séria, resolve aprovar isso e só não entra em vigor porque o PSD exigiu que este diploma fosse discutido na Assembleia da República. Já fizemos esse pedido", salientou.

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