O Último Condenado à Morte

Uma boa história, deitada fora por inépcia pura e simples

É a história verídica de Francisco de Mattos Lobo, pequeno burguês de província que foi o último português condenado a morrer enforcado, ex-seminarista perdido pela sua paixão cega pela tia viúva francesa. E é uma boa história, deitada fora por inépcia pura e simples.


Enumere-se: a incapacidade de estruturar minimamente uma narrativa que nunca se decide se quer ser tragédia romântica, filme de tribunal, painel social ou fresco histórico (mas sem meios para ser nenhum deles); a introdução constante de personagens cuja relevância para a narrativa é inexistente (todo o episódio do criado miguelista é perfeitamente supérfluo); a banalidade desajeitada de uma encenação perfeitamente televisiva (apesar da pretensão cinematográfica do écrã panorâmico); e, sobretudo, a sugestão constante de um mistério desfeita por um final abrupto que explica que, afinal, não há segredo nenhum por trás deste crime de amor, apenas um truque barato e espertalhão que serve de engodo. Um equívoco.

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