Noruega estendeu a sua plataforma continental em 235 mil quilómetros quadrados

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Pesca do bacalhau: os recursos pesqueiros da Noruega ficam também alargados Pedro Cunha/PÚBLICO

A Noruega tornou-se hoje a primeira nação em torno do Árctico a ver reconhecido pelas Nações Unidas o direito a estender a sua plataforma continental em mais 235 mil quilómetros quadrados – o equivalente a três quartos da superfície do país, comentou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Jonas Gahr Stoere.

Com esta extensão, a Noruega ganha direitos de exploração dos seus recursos, sejam eles pesqueiros, gás natural ou petróleo. Para Norte, a plataforma continental norueguesa termina em águas profundas, a 550 quilómetros do Pólo Norte – cuja posse está a ser disputada pela Rússia e pela Dinamarca, com o Canadá também a reivindicar a sua parte na liça. Ali se conta que estejam 13 por cento das reservas de petróleo ainda por descobrir e 30 por cento das de gás natural.

Muitos outros países estão a estudar o fundo do mar, para reclamarem o direito a estender as suas zonas de exploração até aos limites da plataforma continental (Portugal é um deles). A Comissão para os Limites da Plataforma Continental, um órgão criado ao abrigo da Convenção da Lei do Mar de 1982 está a analisar 22 propostas nesse sentido, ao abrigo da revisão desta convenção. A zona com maior potencial de conflito, no entanto, é o Árctico, como notava o jornal “The New York Times” na segunda-feira. Até agora, a comissão respondeu a seis desses pedidos, incluindo já o da Noruega.

“A Noruega é a primeira nação do Árctico a completar este trabalho”, disse o ministro Stoere. Rússia, Dinamarca (através da Gronelândia, que é uma região autónoma), Canadá e Estados Unidos são as nações que têm interesses no Árctico. “Mas quanto à discussão sobre de quem é o Pólo Norte – definitivamente, nós não somos”, garantiu Stoere.

Com esta expansão, a Noruega passa a ter um domínio marítimo de dois milhões de quilómetros quadrados, e direito a explorar os recursos naturais que aí se encontrem. Mas ainda não está resolvida a disputa com a Rússia de duas zonas de milhares de quilómetros quadrados no Mar de Barrents, potencialmente rica em hidrocarbonetos.

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