CIA confirma ter destruído 92 gravações de interrogatórios

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O antigo director da CIA tinha admitido a destruição de duas cassetes Jim Young/Reuters

A CIA revelou ter destruído quase uma centena de gravações de interrogatórios a suspeitos de terrorismo, um número muito acima do inicialmente admitido, segundo um documento revelado hoje.

A agência de serviços secretos “pode agora confirmar o número de cassetes destruídas. Foram 92”, lê-se numa carta enviada pelo procurador federal Lev Dassin, a que a AFP teve acesso.

Em Dezembro do ano passado, o então director da CIA, Michael Hayden, admitiu que os seus serviços destruíram, em 2005, duas gravações que “representavam um risco de segurança” dos agentes envolvidos.

Contudo, as organizações de defesa dos direitos humanos alegam que as imagens foram apagadas para destruir provas do usado de técnicas de interrogatório polémicas, como o “waterboarding” (simulação de afogamento), que a CIA confirmou ter usado.

A AP recorda que a divulgação destas informações surge numa altura em que está prestes a ser concluída uma investigação federal para determinar se a destruição das gravações viola as leis existentes. Em simultâneo, a comissão de serviços secretos do Senado anunciou, na semana passada, que vai avançar com uma investigação ao programa de detenção e interrogatórios da CIA, para determinar as condições a que foram submetidos os suspeitos de terrorismo capturados pelos agentes americanos.

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