Sim!

Uma peculiar comédia romântica muito fora do baralho

Vai fazer quase três anos que Jim Carrey não aparecia num dos papéis de comédia que o popularizaram (desde "Dick e Jane, Ladrões sem Jeito", 2005), e "Sim!" parece ser apenas uma variação sobre um dos seus filmes de maior sucesso, "O Mentiroso Compulsivo" (1997): aqui, ele é um divorciado recluso que se deixa convencer por um guru da auto-ajuda (Terence Stamp) a dizer "sim" a literalmente todas as oportunidades que lhe passem à frente. Mas o que diferencia esta premissa (baseada na experiência verídica de um jornalista inglês, Danny Wallace, que decidiu responder sim a tudo durante um ano) de qualquer outra das comédias descartáveis em que Carrey andou a perder tempo ao longo dos últimos anos é o tom benfazejamente excêntrico do tratamento.

Pontuada pelas canções dos Eels (o sr. E é coautor da banda-sonora), co-escrita por Nicholas Stoller (proveniente da escuderia Judd Apatow e realizador do tão maltratadinho "Um Belo Par... de Patins") e sublinhada pelo charme de Zooey Deschanel e pela excentricidade de Rhys Darby (da série "Flight of the Conchords"), "Sim!" vai devagarinho ganhando embalo para lá da fórmula das momices Carreyanas, em direcção a uma peculiar comédia romântica muito fora do baralho, cujo positivismo alegremente enérgico acaba por contagiar o espectador. Uma pequenina e agradável surpresa.

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