Arte de Roubar

Não há mal nenhum em ter ambições de singrar no mercado internacional; não se percebe é porque é que fazer um filme a pensar no estrangeiro implica fazer um pastiche desalmado do filme de acção pós-Tarantino que não tem nada que o diferencie de dezenas de outros, à excepção de um desajuste completo entre um realizador com fome de fazer cinema a sério e um guião que dificilmente se pode entender como outra coisa que não uma paródia.

O resultado de tão estranha aliança é um inenarrável "tiro ao lado" inexplicavelmente falado em inglês, que tem bonecos em vez de personagens, que parece estruturado como uma cansada farsa teatral de boulevard, que entrega todos os papéis principais (à excepção de Ivo Canelas) a actores espanhóis e relega os portugueses a papéis secundários (Nicolau Breyner e Soraia Chaves têm meia-dúzia de cenas). "Arte de Roubar" quer tanto ser internacional que se esqueceu de ser português...

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