Lisboa salvaguarda vestígios da nau portuguesa do século XVI descoberta ao largo da Namíbia

Lisboa garantiu hoje o seu interesse "fundamental" na protecção dos vestígios de uma nau portuguesa do séc. XVI descoberta na costa da Namíbia. O Ministério da Cultura reage em comunicado, às notícias que davam conta do risco da nau poder em breve ficar submersa.

Num esclarecimento à Comunicação social, o Ministério da Cultura reage "às notícias tornadas públicas nos últimos dias", lembrando que já no início de Setembro ficou "claro que o interesse fundamental do Governo português era o de assegurar a integral salvaguarda dos vestígios em questão".

O PÚBLICO noticiou na segunda-feira o risco da nau portuguesa do século XVI ser submersa a partir de dia 10 de Outubro, último dia para manter a céu aberto o local da escavação garantido pelo consórcio Namdeb, formado pelo Governo namibiano e pelo grupo diamantífero sul-africano De Beers. Uma informação de que o Ministério da Cultura português não dispunha até Domigo passado, como reconheceu ao PÚBLICO o assessor de imprensa Rui Peças.

Segundo a notícia avançada sábado pela agência francesa AFP, o governo namibiano e a De Beers, um dos maiores produtores mundiais de diamantes – que ao longo dos últimos seis meses têm custeado juntos a preservação do achado –, não pretendiam continuar a gastar os 1700 euros diários que a operação implica.

Lisboa lembra que o governo namibiano convidou o Estado português a participar nos trabalhos de salvamento da nau portuguesa e que esse clima de "total cooperação e empenho" foi reiterado num encontro recente à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas, entre os representantes das diplomacias dos dois países.

Deste encontro resultou a deslocação a Portugal do ministro dos Negócios Estrangeiros da Namíbia, em data a agendar, segundo o comunicado.

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