PS-Madeira reivindica mais solidariedade do partido a nível nacional

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O líder do PS-M afirma que "é mentira quando Jardim afirma que a região seja um exemplo de vivência democrática" Adriano Miranda

O líder do PS-Madeira, João Carlos Gouveia, reivindicou hoje mais solidariedade do partido a nível nacional mas considerou que a utilização por José Sócrates do argumento da democracia na Madeira na "rentrée" socialista foi "um belíssimo argumento".

Alberto João Jardim criticou ontem José Sócrates, chamando-o de "mentiroso" e pessoa "sem vergonha" pelo facto deste ter questionado a situação da democracia na Madeira no comício da "rentrée" política do PS, sábado, em Guimarães.

Hoje, em comentário as declarações do presidente do Governo Regional da Madeira, o líder dos socialistas madeirenses defendeu que "o que a opinião pública sabe sobre o que se passa na Madeira por si só favorece o PS e diminui a relação do eleitorado do PSD".

Para João Carlos Gouveia, o secretário-geral do PS ter "invocado o exemplo do exercício da cidadania e democracia na Madeira é um belíssimo argumento contra o PSD". "Gostaríamos agora de ver passar do plano do discurso para planos mais concretos porque nem sempre temos tido solidariedade do PS", sublinhou, porém, dando como exemplo os elogios que Jaime Gama fez a Jardim aquando da sua última deslocação à Madeira para uma reunião da Associação Nacional de Freguesias.

João Carlos Gouveia reivindicou mais solidariedade dos dirigentes nacionais socialistas para com o PS-Madeira, argumentando que "mesmo de braços cruzados e em silêncio, os responsáveis, deputados, militantes e simpatizantes da estrutura regional são contribuintes líquidos dos resultados do partido a nível nacional".

O dirigente socialista insular salientou que o comportamento "ofensivo" do presidente do governo regional em relação ao secretário-geral do partido e primeiro-ministro José Sócrates é "uma prática quotidiana na política regional".

"O que parece uma excepção no plano nacional é prática diária na região com os que discordam com a política do PSD", disse o dirigente socialista madeirense. Acrescentou que Jardim "transferiu o discurso da crítica para o insulto pessoal, o que faz todos os dias com os dirigentes dos partidos da oposição".

João Carlos Gouveia sustenta que "é mentira quando Alberto João Jardim afirma que a região seja um exemplo de cidadania e vivência democrática", considerando que a situação da democracia na Madeira "é gravíssima", dada a ausência de pluralismo na informação, sobretudo nos canais de rádio e televisão públicos, que não têm qualquer programa de debate com deputados ou figuras dos partidos regionais sobre a realidade do arquipélago. "É como se vivêssemos numa região de partido único", concluiu.

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