Manuela Ferreira Leite vai "fazer a experiência" de dizer verdade ao país sem promessas eleitorais

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Ferreira Leite diz que é preciso credibilizar a política Luis Ramos (arquivo)

A candidata à liderança do PSD Manuela Ferreira Leite disse hoje, em Braga, que "vai fazer a experiência" de dizer a verdade aos militantes e, depois, aos portugueses, "sem promessas eleitorais".

"Mais vale ter três por cento e dizer a verdade, do que ter 80 e andar a fazer listas de promessas e coisas que não são para cumprir e só desacreditam a classe política", garantiu.

Num discurso recheado de alusões à necessidade de credibilizar a política, "não fazendo o mesmo que foi feito pelo Governo do PS, que esqueceu todas as promessas eleitorais", Manuela Ferreira Leite manifestou-se convicta de que vai ganhar as eleições legislativas em 2009.

A ex-ministra de Cavaco Silva e Durão Barroso falava num hotel de Braga perante uma plateia de 200 militantes, entre os quais se destacavam o presidente da concelhia local, Ricardo Rio, da Mesa da Assembleia, António Marques e o ex-Governador Civil e "histórico" do partido no distrito, Fernando Alberto Ribeiro da Silva.

A candidata avisou, depois, que, se o partido continuar dividido, "faz oposição ao Governo mas não vai a lado nenhum".

"Temos feito oposição mas ninguém nos ouve, nem respeita", afirmou, no que foi entendido como uma crítica à anterior liderança de Luís Filipe Menezes e ao líder parlamentar Pedro Santana Lopes.

Manuela Ferreira Leite afirmou, ainda, que "quem ganhar as eleições internas terá de saber conviver com as críticas dos militantes", e não fazer o mesmo que o actual Governo "que não sabe aceitar as críticas".

"Ninguém espera ter consenso na eleição para Presidente", acentuou, sublinhando que "as críticas, se existirem, devem ser olhadas de frente, não podendo ser justificação para que se atire a toalha ao chão".

A candidata garantiu que não excluirá ninguém por discordar da sua opinião, e aludiu directamente à candidatura de Santana Lopes, dizendo que a decisão de voto cabe à consciência de cada militante: "O que eu não tenho dúvidas é que vou votar em mim", ironizou.

A ex-governante social-democrata disse que o Governo de José Sócrates quis fazer reformas, mas "começando por atacar as pessoas, tentando denegri-las e acusá-las perante a opinião pública".

Exemplificou a tese com o caso da Justiça,afirmando que o Governo quis dar a ideia de que iria mudar o sistema judicial, tendo começado por atacar os juízes, com a questão das férias judiciais. "Até parece anedota, porque, passados três anos pouco ou nada mudou numa área essencial à modernização da economia e do país", lamentou.

"Este Governo andou a dizer que ia mexer nos privilégios, metendo coisas diferentes no mesmo saco e, a verdade, é que, se vê, agora, que os resultados não são muitos", declarou.

No final da intervenção, Ferreira Leite ouviu elogios de vários militantes do distrito, que destacaram a sua seriedade e o seu apego aos valores do partido, "o personalismo e o humanismo".

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