UEP remete para associados participação na Feira do Livro de Lisboa

Foto
Os associados da UEP não chegaram a uma decisão sobre a participação ou boicote à feira, que será organizada pela APEL Luís Ramos (arquivo)

A União de Editores Portugueses (UEP) decidiu, em assembleia-geral, que serão os associados a decidir individualmente se participam na 78ª edição da Feira do Livro de Lisboa, prevista para 21 de Maio.

Em declarações à Lusa, Bruno Pacheco, secretário-geral da UEP, precisou que 80 por cento dos 65 associados da entidade estiveram presentes na reunião que decorreu ontem, mas não se verificou uma unanimidade sobre a participação ou boicote à feira, que será organizada pela Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL).

"Há pelo menos quatro associados interessados em participar. Os restantes mostram reservas ou incerteza, e vão poder pensar até ao final desta semana se querem ou não inscrever-se na feira", que decorre entre 21 de Maio e 10 de Junho no Parque Eduardo VII, em Lisboa.

Na impossibilidade de chegar a um acordo para uma organização conjunta da Feira do Livro de Lisboa, a Câmara de Lisboa acabou por delegar na APEL a organização do certame. O despacho com a decisão da autarquia "baseia-se basicamente no facto de a APEL ter sido a primeira a entregar a proposta de organização da feira, a 13 de Março, e nós a 8 de Abril", observou o secretário-geral da UEP.

Apesar de contestar esse despacho da autarquia, a associação reconhece a legitimidade da decisão e decidiu acatá-la, e também já enviou uma resposta à autarquia com um pedido de organização da 79ª Feira do Livro de Lisboa, em 2009.

"Pedimos a cedência de espaço público e vamos já nos próximos dias começar a organização", adiantou, sublinhando que a UEP propõe "uma iniciativa cultural de promoção do livro e da leitura renovada, dinâmica e com maior capacidade de atracção de novos públicos".

A UEP tem "visões muito diferentes da APEL sobre a organização da feira", mas mantém em aberto a possibilidade de entendimento entre ambas as associações ainda para esta feira ou para edições futuras. "Sempre estivemos de boa-fé, mas há questões de fundo que nos separam", assinalou, nomeadamente sobre a aplicação da lei do preço fixo do livro na feira, que a UEP defende.

Quanto à possibilidade de organizar uma feira do livro paralela, a UEP - que reúne editoras como a Guimarães, Pergaminho, Teorema, Caminho, Asa, Texto Editores, Gailivro e Dom Quixote - mantém essa hipótese. "Não será paralela a esta, nem se realizará no imediato, até porque isso seria uma irresponsabilidade, mas não pomos de parte a possibilidade de organizar uma feira ou outro evento até ao final do ano", adiantou.

Sugerir correcção
Comentar