Viviane Reding: Europa tem de aumentar investimento na nanotecnologia

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A Comissária frisa a importância da criação de parcerias na área da nanotecnologia David Clifford/PÚBLICO (Arquivo)

"A Europa continua na liderança das nanotecnologias porque, nos últimos anos, houve mais capital para a investigação tecnonológica e aumentaram as parcerias entre o sector público e o privado", afirmou a comissária europeia Viviane Reding, no final da Conferência de Alto Nível sobre Nanotecnologia.

A conferência reuniu algumas dezenas de cientistas na Universidade do Minho, em Braga, cidade que foi escolhida pelos chefes de governo José Sócrates e Zapatero, em 2005, para a instalação do Instituto Ibérico Internacional de Nanotecnologia (INL), a primeira parceria entre Portugal e Espanha na nanociência

"Existe em Espanha uma rede de centros de nanotecnologia e é assim que tem de ser. Tem de haver colaboração conjunta, com critérios de qualidade internacionais e com objectivos internacionais", considerou o ministro da Tecnologia, Ciência e Ensino Superior, Mariano Gago.

A opinião foi partilhada pela ministra espanhola da Ciência e Comunicação, Mercedes Calvo-Sotelo, que, referindo haver "um compromisso político para que o instituto funcione", considerou que tal "é mais importante do que o dinheiro".

A conferência, realizada no âmbito da Presidência Portuguesa da União Europeia, juntou decisores políticos, cientistas e responsáveis por empresas nas áreas da nanociência e da nanotecnologia.

"A nanotecnologia é a tecnologia de fabricar estruturas com moléculas e átomos. É como se os tijolos usados na nanotecnologia fossem os átomos e as moléculas", explicou Luís Magalhães, presidente da Agência para a Sociedade do Conhecimento.

Na medicina, "a intervenção é feita a nível molecular. É como se iludíssemos as moléculas e as puséssemos a fazer o que queremos que elas façam e não o que seria 'natural' fazerem", precisou Mário Barbosa, responsável do Instituto de Engenharia Biomédica da Universidade do Porto.

O INL pretende vir a constituir-se como um laboratório de "excelência científica internacional".

Luís Rivas, presidente da respectiva comissão instaladora, explicou que em 2008 vão começar as obras de construção do centro e serão iniciadas as contratações dos primeiros dos duzentos investigadores.