Estados Unidos ficam sem guionistas pela primeira vez em 20 anos

Foto
Os guionistas pararam hoje os trabalhos Shaun Curry/PÚBLICO (Arquivo)

O presidente classificou esta acção como “irresponsável” por parte dos membros do Sindicato de Guionistas Americanos (WGA), já que “as negociações estavam a avançar” depois da reunião de ontem com a AMPTP.

Com a greve exigem que os novos canais de distribuição, como a venda de séries de televisão em DVD e as emissões das mesmas através da Internet, tragam também benefícios aos guionistas, mas com umas condições que foram definidas como inalcançáveis, perante a realidade financeira do sector.

“Tentamos aproximarmo-nos de algumas das suas posições e principais reivindicações, incluindo a difusão pela Internet e a jurisdição de novos meios. Mas finalmente o sindicato estava pouco disposto a chegar a um acordo na maioria das suas exigências”, explicou Counter no comunicado.

Por sua vez, o presidente do WGA na costa oeste dos Estados Unidos, Patric Verrone, afirmou: “A nossa posição é muito simples e justa – quando o trabalho de um escritor gera receitas para as companhias merece ser pago”.

As posições opostas não se aproximaram e segundo Counter “quando pedimos para pararem o relógio, com o objectivo de adiarem a greve para podermos continuar com as negociações eles não aceitaram” e, assim, séries como “Lost”, “24” e “Law and Order: Criminal Intent” deixarão de produzir os guiões que se deveriam rodar nos próximos meses.

Os seguidores de “The Tonight Show”, “The Conan O´Brian Show”, “Colbert Report” e “The Daily Show” vão sentir os efeitos da greve de forma imediata, já que estes costumam ser emitidos diariamente.

Nos últimos dias a AMPTP afirmou que não “podemos avançar enquanto este tema estiver em cima da mesa. Em poucas palavras, o assunto dos DVD é uma absoluta barricada para qualquer progresso futuro”.

No entanto, Verrone disse que “nos últimos anos estes conglomerados tiveram enormes recompensas financeiras graças a dezenas de milhar de pessoas, incluindo membros da comunidade criativa” e, acrescentou que, “ainda que a maioria da indústria continue a crescer, a nossa está a diminuir”.

Sugerir correcção
Comentar