O Presidente norte-americano, George W. Bush, anunciou hoje que escolheu Michael B. Mukasey, um antigo juiz federal, para substituir Alberto Gonzales no cargo de “attorney general” (cargo equivalente ao procurador-geral português), apelando ao Congresso norte-americano que aprove o mais rapidamente possível a sua decisão.

Mukasey, considerado um especialista em questões de segurança nacional, deverá, assim, suceder a Gonzales, que se demitiu no passado dia 27 de Agosto, depois de ter sido alvo de um inquérito interno ligado ao despedimento, no ano passado, de nove procuradores federais, que a oposição considera terem sido dispensados por motivos políticos. Os pedidos de afastamento de Gonzales multiplicaram-se nos últimos meses também por defender que sejam mantidos “indefinidamente” em detenção “combatentes inimigos”, na sua maioria detidos em Guantanamo, a base norte-americana em Cuba. Estas posições polémicas forçaram o seu isolamento, mesmo entre republicanos, à excepção do Presidente que sempre lhe garantiu apoio.

A nomeação de Mukasey vai ser agora submetida à aprovação do Senado. Se for aceite, Mukasey terá como primeira missão restabelecer um departamento essencial a Bush para a colocação em prática das suas políticas governamentais, mas fortemente abalado com os escândalos que envolveram Gonzales.

Bush já apelou ao Congresso para que aprove rapidamente a sua decisão. Sublinhando que Mukasey tem uma “reputação de juiz rigoroso mas justo”, o Presidente norte-americano destacou ainda que “o juiz Mukasey tem uma visão clara da ameaça” que os Estados Unidos enfrentam. “O nosso país encontra-se num momento chave e é crucial que o cargo de ‘attorney general’ seja ocupado rapidamente. Apresso o Senado a confirmar rapidamente o juiz Mukasey”, disse Bush, insistindo na “experiência jurídica e judiciária considerável” do antigo magistrado federal.

Nomeado pelo Presidente Ronald Reagan em 1987, Mukasey assumiu o cargo de juiz federal em Nova Iorque durante 19 anos, antes de regressar ao sector privado no ano passado. Presidiu a alguns dos mais importantes processos judiciais de terroristas, como o de Omar Abdel Rahman, que condenou a prisão perpétua pelo seu envolvimento em planos destinados a fazer explodir vários edifícios importantes em Nova Iorque.