O apelido do realizador não é desconhecido, nem é suposto ser - Jonathan Kasdan é o segundo filho de Lawrence Kasdan, o realizador de "Noites Escaldantes", "Os Amigos de Alex" e "O Turista Acidental", a seguir nos passos do pai e, apesar do título infeliz que não explica muito bem ao que o vem, faz da sua primeira longametragem um filme na linhagem de Kasdan sénior. Ou seja, uma história sobre a vida, com personagens que não têm soluções mágicas para os problemas que enfrentam e que tentam resolvê-los o melhor que sabem e podem (mesmo que isso implique entalarem-se em mais problemas), contada com o q. b. de ironia para não soar cínica e sabendo injectar vivacidade em personagens e situações lugar-comum.
Adam Brody (da série televisiva "Na Terra dos Ricos") é um jovem escritor de Los Angeles que, largado pela namorada, vai lamber as feridas para junto da avó idosa no Michigan; aí trava-se deamizade com a vizinha da frente (Meg Ryan a tentar reconquistar o seu estatuto de namoradinha daAmérica, infelizmente sem grande sucesso), e através desta com a sua filha adolescente que está elaprópria em fluxo romântico. O que Kasdan filho faz deste improvável triângulo, com elegância esensibilidade, é tudo menos a comédia romântica previsível que o título sugere, antes uma espécie deversão low-profile de "romances iniciáticos" como "Elizabethtown", onde o regresso às origenspossibilita um reencontro connosco próprios. "No Mundo das Mulheres" não deixa de ser um lugar-comum por causa disso, mas é um lugar-comum feito com gosto, inteligência e bonomia.
