O Mistério da Estrada de Sintra

Há uma boa ideia de argumento na segunda longa de Jorge Paixão da Costa: contar em paralelo duas narrativas, uma a história original do folhetim escrito a quatro mãos por Eça de Queirós e Ramalho Ortigão, outra que faz deles personagens e fantasia que a própria criação da obra foi tão rocambolesca como a sua trama.

Há um bom trabalho de época, há a inteligência de nãovergar a história às necessidades da coproduçãobrasileira, há bons actores (apesar do Eça de Ivo Canelas ser um tudo nada afectado em demasia) - é por isso uma pena que os cinco argumentistas creditados não tenham sido capazes de resolver a história de maneira menos atabalhoada e que Paixão da Costa filme com funcionalismo anónimo edesalmado, desperdiçando o que podia ter sido um bom mistério "à antiga" num telefilme simpático,honesto e correcto mas perfeitamente descartável.

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