“Lady Chatterley”, com elegância francesa, ganha César de melhor filme de 2006

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Jude Law e Marlène Jobert ganharam um César de honra Bertrand Guay/AFP

Uma elegante “Lady Chatterley”, assinada pela realizadora Pascal Ferran, adaptação do romance original de D. H. Lawrence, que retrata uma paixão carnal que se transforma num amor profundo e verdadeiro, foi a vencedora do César para melhor filme de 2006, na 32ª edição daqueles que são conhecidos como os Óscares do cinema francês.

É um filme de três horas, que foi visto por cerca de 200 mil espectadores, esta versão de Pascal Ferran (a sua terceira longa-metragem, aos 46 anos). Com nove nomeações, “Lady Chatterley” acabou também por levar o César de melhor actriz para a revelação Marina Hands, que aos 30 anos, com formação em teatro, leva já o galardão máximo do cinema francês para casa. E arrecadou também o César de melhor adaptação, melhor guarda-roupa e melhor fotografia.

“Este César é visto por todos nós como um grande reconhecimento. É uma recompensa para toda uma equipa”, disse a realizadora, na hora de subir à tribuna e agradecer pelo prémio de melhor filme francês do ano. “Não sei como vos descrever o que isto significa. Mas posso contar como, no final do filme, estávamos todos tão esgotados que nem sequer tivemos forças para fazer uma festa de final de rodagem digna desse nome. Por isso queria agradecer a todos os técnicos e actores que se juntem a mim neste palco porque a festa merecida vai ser feita aqui.”

A actriz Marina Hands, por sua vez, quis agradecer à “capitã”, como se referiu à realizadora, por ter sido a escolhida para o papel de “Lady Chatterley”: “Pascale Ferran, minha capitã, devo-te isto, coloco este prémio a teus pés, por me teres escolhido. Espero que estejas tão contente da tua escolha como eu estou por ter trabalhado contigo”, agradeceu a actriz.

Para trás ficaram “Indigénes”, de Rachid Bouchared, um filme sobre os soldados africanos no palco da II Guerra Mundial, que estava nomeado também para nove Césares mas que apenas levou um para melhor argumento original. Este filme, que ganhou a Palma de Ouro de Cannes para a melhor interpretação colectiva, foi também nomeado para a categoria de melhor filme estrangeiro dos Óscares. “Ne le dis à personne”, de Guillaume Canet, acabou por ganhar o César de melhor realizador e de melhor actor, para François Cluzet.

“Little Miss Sunshine”, (Uma família à beira de um ataque de nervos) acabou por ganhar o César para melhor filme estrangeiro.

Entre os documentários, uma categoria criada apenas este ano, o César foi para “Dans la peu de Jacques Chirac”, de Karl Zero e Michel Royer.

A actriz de comédia Marlène Jobert, de 63 anos, recebeu um César de honra, pelas mãos do presidente da cerimónia, Claude Brasseur. Jobert começou a carreira ao lado de Jean Luc Godard no filme “Masculino-Feminino”, de 1966 e foi uma das caras que mais marcou o cinema francês da década de setenta. Houve ainda outro César de honra para o britânico Jude Law.

Esta cerimónia dos Césares foi dedicada à memória do actor Philippe Noiret, que faleceu em Novembro passado.

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