Primeiro-ministro húngaro afasta hipótese de demissão

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Gyurcsany disse que a demissão está fora de questão Bela Szandelszky/AP

O primeiro-ministro húngaro, Ferenc Gyurcsany, afirmou hoje que vai permanecer no cargo apesar dos protestos da oposição. Ontem à noite, 150 pessoas ficaram feridas numa manifestação em Budapeste, em confrontos com a polícia.

Gyurcsany, que está a braços com o maior desafio dos seus dois anos de mandato, disse à agência Reuters que a sua demissão está fora de questão.

"Passei três minutos, no domingo à noite, a pensar se deveria abandonar o cargo e cheguei à conclusão que não", afirmou.

Anteontem, os media divulgaram excertos de uma intervenção de Gyurcsany a afirmar que ele próprio e o seu partido mentiram durante quatro anos sobre o orçamento do país para ganhar as eleições legislativas de Abril passado.

Numa tentativa de aliviar a tensão, o primeiro-ministro disse que na intervenção em causa estava a implicar que toda a classe política não tinha sido honesta sobre a economia do país durante anos. Gyurcsany disse que os seus comentários visavam apenas levar o seu partido a admitir os erros e a apoiar as necessárias reformas.

"O partido está comigo a cem por cento (...). Mas admito que nos últimos quatro meses não consegui passar a mensagem sobre a necessidade de uma reforma", disse ainda.

Os estudantes estão a organizar uma manifestação que deverá ter lugar depois de amanhã e que contará com a participação de dez mil pessoas.

A grave situação orçamental forçou a Hungria a abandonar os planos de aderir ao euro em 2010. Os analistas dizem agora que 2014 é uma data mais realista.

A popularidade do Partido Socialista, no poder, caiu dos 40 por cento para 25 por cento desde Abril.

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