Diários da Bósnia

Por uma vez, o título não é enganador - o documentário de Sapinho, combinando imagens rodadas em duas visitas à Bósnia separadas por dois anos de intervalo (em 1996, pouco após a assinatura dos acordos de Dayton, e em 1998), é uma meditação pessoal e impressionista, contemplativa, sobre um país que regressa à vida depois de uma cisão brutal e violenta.

A abordagem não poucas vezes evoca a coabitação da História e das histórias na obra recente de Godard, mas apesar de alguns belíssimos momentos de poesia visual com o seu quê de Tarkovskiano (como as sequências do eléctrico e do museu), "Diários da Bósnia" tomba em excesso numa abstracção gélida que parece andar em busca de um tom ou de um tema sem nunca o encontrar.

Sugerir correcção
Comentar