Museu do Design fecha em 31 de Agosto no CCB e vai para Santa Catarina

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O CCB perde um dos seus grandes chamarizes António Pedro Valente/PÚBLICO (arquivo)

A Câmara Municipal de Lisboa vai apresentar hoje o projecto de transformação da Colecção Capelo num Museu de Design e da Moda a criar no Palácio de Santa Catarina, em Lisboa.

O edifício do século XIX, junto ao miradouro com o mesmo nome e entre o histórico Bairro Alto e o Chiado, foi escolhido como destino da colecção "no fim de Abril" e "não é uma reacção precipitada" pelo acordo que cede à Fundação Berardo o Centro de Exposições do Centro Cultural de Belém (CCB), onde a colecção estava desde 1999, disse ontem o gabinete de António Carmona Rodrigues.

Segundo o acordo estabelecido há um mês e meio entre o empresário madeirense Joe Berardo e o Estado, todo o Centro de Exposições do CCB deve estar nas mãos do Museu Colecção Berardo de Arte Moderna e Contemporânea até ao fim do ano. Para cumprir esses prazos, o Museu do Design fecha definitivamente a 31 de Agosto, e as 350 obras da Colecção Capelo expostas nos seus 1400 metros quadrados deverão deixar as instalações até meados de Setembro, disse anteontem ao PÚBLICO o novo presidente do CCB, António Mega Ferreira.

Ainda segundo Mega Ferreira, as restantes obras da colecção, guardadas nas reservas, deverão sair até meados de Dezembro. "Estas datas foram comunicadas à CML depois de uma visita técnica recente de Rui Pereira, da câmara, e do [coleccionador] Francisco Capelo", disse Mega Ferreira.

Sem avançar detalhes, o gabinete de Carmona Rodrigues remeteu todas as declarações sobre o museu para a conferência do meio dia de hoje nos Paços do Concelho, onde, para além do presidente da câmara, estarão o vereador da Cultura José Amaral Lopes e o coleccionador Francisco Capelo. Mas, já no dia em que foi assinado o acordo do Museu Berardo, Amaral Lopes tinha avançado o Palácio de Santa Catarina como um destino possível.

O Palácio de Santa Catarina "pode ser preparado" para receber a Colecção Capelo "e tem a vantagem de se situar numa zona central da cidade, habituada a conviver com a arte", disse Lopes. Nessa altura, o vereador não especificou que tipo de intervenções o antigo palácio teria que sofrer para poder receber as 700 obras de design de equipamento e moda que compõem a Colecção Capelo, e que exigem condições de climatização muito especificas.

José de Monterroso Teixeira, director municipal de Cultura até Dezembro, diz que o palácio "está em condições muito problemáticas de conservação", mas que corresponde a uma "localização magnífica".

Nos últimos sete anos, o Museu do Design teve no CCB mais de 300 mil visitantes. Só em 2005 foi a fonte de 40 mil entradas, cerca de 23 por cento do total de visitantes do Centro de Exposições. Mas já desde Dezembro de 2002 que se antecipava a mudança da Colecção Capelo para um espaço da autarquia - foi quando, findo o protocolo de depósito de dez anos no CCB, Francisco Capelo vendeu a sua colecção à CML por 10 milhões de euros. O espaço mais falado desde então para a acolher foi o Pavilhão de Portugal, na Expo "98.

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