Autópsia indica que sem-abrigo assassinado no Porto foi atirado com vida ao poço

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O crime terá sido cometido no fim-de-semana de 18 e 19 de Fevereiro, mas o corpo só foi encontrado no poço na quarta-feira seguinte Adriano Miranda/PÚBLICO

A autópsia realizada ao sem-abrigo que terá sido espancado até à morte por um grupo de adolescentes no Porto revelou que a vítima foi atirada ainda com vida para um poço de um prédio abandonado.

De acordo com a edição de hoje do "Diário de Notícias", o primeiro sinal foi o facto de o corpo não ter sido encontrado a boiar mas sim submerso, o que indica que o sem-abrigo não estaria morto quando foi atirado ao poço.

Nos exames complementares realizados no âmbito da autópsia, os peritos encontraram nos órgãos internos de Gisberta (nome por que era conhecido o travesti) organismos idênticos aos que existem na água do poço, escreve o DN, citando uma fonte judicial. O jornal acrescenta que "o nexo causal poderia ser bastante difícil de averiguar se o corpo já tivesse sido atirado ao poço sem vida", pois tudo indica que a vítima foi agredida várias vezes por indivíduos diferentes ao longo de vários dias.

De acordo com o DN, essa foi a razão pela qual os primeiros resultados da autópsia, conhecidos no início desta semana, não foram conclusivos.

O crime terá sido cometido no fim-de-semana de 18 e 19 de Fevereiro, mas o corpo só foi encontrado no poço na quarta-feira seguinte.

O grupo de 14 adolescentes suspeitos do homicídio, com idades entre os 13 e os 16 anos, foram ouvidos pelo Tribunal de Família e Menores e pelo Tribunal de Instrução Criminal do Porto. O Tribunal de Família e Menores do Porto ordenou o internamento em centros educativos de 11 dos 13 jovens, com idades entre os 13 e os 15 anos.

Aqueles 11 adolescentes vão permanecer três meses em centros educativos, um em regime fechado e os restantes em regime semi-aberto. O tribunal decidiu também entregar um dos adolescentes à guarda da instituição onde reside, a Oficina S. José, enquanto o 13º ficou ilibado de qualquer procedimento. O jovem de 16 anos ouvido no Tribunal de Instrução Criminal do Porto ficou a aguardar julgamento em prisão preventiva.

Os 14 menores - 13 a viver na Oficina S. José e o outro no Centro Juvenil de Campanhã - foram identificados pela PJ como presumíveis autores do homicídio e ocultação de cadáver de um homem de 45 anos, que costumava pernoitar num edifício inacabado no Porto.

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