Presidenciais: Soares tem dúvidas sobre investimento no aeroporto da Ota

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Antes do debate, Mário Soares visitou a Escola Superior de Tecnologia de Gestão Paulo Cunha/Lusa

O candidato presidencial Mário Soares revelou hoje que tem "algumas dúvidas" sobre o investimento no novo aeroporto da Ota, durante uma conversa com alunos do Instituto Politécnico de Leiria, onde responsabilizou Cavaco Silva pelos problemas orçamentais do país.

O candidato, que tem como mandatário distrital o porta-voz do movimento a favor do aeroporto (Tomás Oliveira Dias), rejeitou os rumores de que tem interesses privados nos terrenos da Ota.

Nesta acção de pré-campanha, Mário Soares elogiou a "coragem" do Governo no combate ao défice das contas públicas e recordou que ele já havia feito o mesmo, por duas ocasiões, quando foi primeiro-ministro.

Segundo Soares, quando deixou o Governo, em 1985, o país apresentava "superavit" nas contas públicas e "foi isso que permitiu os dez anos de expansão do doutor Cavaco Silva".

No discurso perante cerca de 50 alunos do IPL, Mário Soares reafirmou que o papel de Presidente da República é o de "vértice" do estado democrático , assumindo-se como um "ouvidor" e um "árbitro", procurando "consensos" entre to das as partes.

Um dos momentos mais acesos do debate sucedeu quando o candidato foi interpelado sobre o subsídio do Ministério da Defesa de 20 mil euros à Fundação Mário Soares para trabalhos de digitalização sobre a resistência timorense.

"Isso não é um privilégio", a "Fundação é uma instituição de interesse público fundada com dinheiros privados", contando com o "arquivo mais completo e importante que existe sobre história contemporânea portuguesa e de todo o espaço da lusofonia", argumentou Soares.

Quanto ao resultado das eleições de 22 de Janeiro, Mário Soares disse que se perder, será porque o "povo decidiu bem", como "aconteceu sempre" durante o regime democrático, prometendo regressar à escrita, mas sem abandonar a intervenção cívica.

Sobre a candidatura de Manuel Alegre, Mário Soares recordou que todos os candidatos anteriores sem apoios partidários - Galvão de Melo, Lurdes Pintassilgo e Pinheiro de Azevedo - nunca conseguiram ter bons resultados. "Não é crível" que Manuel Alegre "seja uma candidato que vá ter uma grande votação", disse, descrente dos números das sondagens.

"Sou apoiado pelo Partido Socialista mas não sou prisioneiro do Partido Socialista", disse ainda Soares, admitindo que o mau resultado nas últimas eleições autárquicas cria dificuldades adicionais à sua candidatura.

Antes do debate, Mário Soares visitou a Escola Superior de Tecnologia de Gestão onde conversou com vários alunos e revelou o seu desconhecimento absoluto de mecânica automóvel.

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