Este é o filme que Orson Welles queria fazer? Se calhar não, mas também "O 4º Mandamento" foi montado à revelia do seu autor e nesse sentido não era o filme que ele queria fazer. E é isso o que se pode dizer sobre uma série de títulos da sua obra, onde o fracasso - a impotência do génio - é mais do que fantasma a pairar, é concretização, por assim dizer, prova "do crime". Isto para dizer que com todas as reticências que esta montagem possa causar, são dispensáveis excessos de puritanismo cinéfilo. Porquê? Porque a vertigem "wellesiana" é um dos dados da experiência de ver "Dom Quixote". Aqui se encontra a mesma pulsão pelos labirintos da perdição - mascarada por uma espécie de ligeireza suicidária - que faz, por exemplo, o sortilégio de uma das obras maiores de Welles, "F for Fake".
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