Presidente da Argélia visita Portugal pela primeira vez

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Bouteflika vem para reforçar as relações económicas e diplomáticas Mohamed Messara/EPA

O Presidente da Argélia, Abdelaziz Bouteflika, desloca-se pela primeira vez a Portugal, numa visita de três dias que começa hoje. Os dois países têm intensas relações comerciais, uma vez que a Argélia é o principal fornecedor de petróleo e gás natural de Portugal. Lisboa nunca tinha recebido uma visita presidencial, apesar dos ex-Presidentes da República, Ramalho Eanes e Jorge Sampaio, já terem, com um hiato de 20 anos, visitado Argel.

Abdelaziz Bouteflika terá encontros com o Presidente português, Jorge Sampaio, e o primeiro-ministro, José Sócrates, será o convidado de honra numa sessão na Assembleia da República e será ainda recebido pelos autarcas de Lisboa e Porto. Um dos principais objectivos do lado de Argel é reforçar os laços económicos e comerciais entre os dois países. Do programa oficial, consta ainda um Fórum Económico.

O embaixador da Argélia em Portugal, Ramtane Lamamra, afirmou, num encontro com jornalistas portugueses, que a ambição da Argélia é "aumentar o fornecimento de gás e petróleo" no futuro e "reforçar as relações económicas e diplomáticas". Por outro lado, destacou a construção civil e habitação como áreas de potencial interesse para investidores portugueses.

Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros português, os dois países preparam-se para assinar acordos no âmbito da cooperação de defesa, transportes aéreos, turismo e cultura.

Os dois países têm laços históricos que querem continuar a preservar. Recorde-se que vários portugueses colaboraram activamente na luta pela independência da Argélia. A Argélia tinha sido o destino de exílio do antigo presidente português Teixeira Gomes, em 1926. No fim do ano, será organizada uma cerimónia evocativa na cidade onde viveu os seus últimos anos, Béjaia.

Argel quer também começar a atrair turistas portugueses e, no Verão, começará a funcionar vários voos charters directos Lisboa-Argel, uma ligação que não existe. Actualmente, há um programa de turismo religioso, em que participam vários portugueses, para visitar a cidade onde nasceu Santo Agostinho.

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