Ana Gomes critica Sócrates por ter apenas duas mulheres como ministras

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Ana Gomes considera falta de representatividade feminina no Governo "uma vergonha para Portugal e para o PS" PÚBLICO

A eurodeputada do PS Ana Gomes criticou hoje o secretário-geral socialista e primeiro-ministro indigitado, José Sócrates, por ter incluído apenas duas mulheres em 16 ministros do seu Governo, situação que considerou "uma vergonha para Portugal".

No blogue www.causa-nossa.blogspot.com, Ana Gomes considerou ser "uma vergonha para Portugal e para o PS" que José Sócrates tenha escolhido apenas duas mulheres para cargos ministeriais, depois de se manifestar "chocada" por Sónia Fertuzinhos, presidente do departamento de mulheres socialistas, não ter sido colocada em lugar elegível nas últimas legislativas.

"Enfim, uma vergonha para Portugal e para o PS! E uma ofensa para as mulheres portuguesas. E sobretudo para as numerosas mulheres capazes e experientes, que, por todo o país, o PS conta como valiosos quadros e como apoiantes em todos os sectores profissionais, sociais, académicos e autárquicos", escreveu Ana Gomes no blogue.

"Que governação PS iremos afinal ter? Novas fronteiras ou velhas amarras?", questionou ainda a eurodeputada socialista e antiga embaixadora de Portugal em Jakarta.

"Julguei que [José Sócrates] não desperdiçaria a oportunidade de compensar o mau passo político quanto à composição das listas, com um elenco governamental mais equilibrado, ao menos respeitando a quota partidária. Enganei-me. Ministras são apenas 2 - 12,5 por cento", criticou, referindo-se às futuras ministras da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, e da Cultura, Isabel Pires de Lima.

Ana Gomes afirmou que ficou "chocada com o número e posicionamento das mulheres nas listas eleitorais do PS" e "alarmada com o facto de várias terem sido incluídas por conveniência instrumental – preencher a quota estatutária de 33 por cento – e por critérios alheios a competências ou especial activismo partidário ou outro".

Para a eurodeputada, prevaleceram no PS "um machismo anacrónico" e posições que "não revelavam nenhuma modernidade, nem sintonia europeísta, nem progressismo, nem ‘novas fronteiras’ nenhumas".

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