Morreu Vítor Wengorovius, fundador do Movimento Esquerda Socialista

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Vítor Wengorovius morreu hoje em Lisboa. Foi fundador do Movimento de Esquerda Socialista, ao lado de Jorge Sampaio, e advogado. Wengorovius faleceu às 07h00 na residência onde vivia, realizando-se hoje o seu velório na Capela do Rato, em Lisboa. O funeral decorre amanhã à tarde, desconhecendo-se ainda o local e a hora da sua realização.

Vítor Wengorovius faleceu devido a uma doença degenerativa que o imobilizou numa cadeira de rodas nos últimos anos de vida, disse à Lusa uma fonte familiar. A doença degenerativa do sistema nervoso central que lhe foi diagnosticada agravou-se progressivamente nos últimos anos e acabou por o imobilizar numa cadeira de rodas.

Nascido em 1937, em Setúbal, Vítor Wengorovius foi dirigente da Juventude Universitária Católica e esteve ao lado de Jorge Sampaio nas lutas académicas e na Comissão Democrática Eleitoral de 1969 de Lisboa.

Em 1974, ajudou a fundar o Movimento de Esquerda Socialista, uma organização nascida a partir da ala católica da CDE e do movimento estudantil pré-25 de Abril de 1974, do qual fizeram parte, entre outros, o actual Presidente da República, Jorge Sampaio, o ex-secretário-geral do PS Ferro Rodrigues, José Manuel Galvão Telles e João Cravinho.

Foi durante 21 anos, entre 1970 e 1991, advogado do Sindicato de Jornalistas e foi também advogado de vários movimentos sindicais. Em 1999, foi condecorado com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.

Ferro Rodrigues lamenta a perda de "um grande humanista"

O ex-secretário geral do PS e actual deputado Ferro Rodrigues lamentou a morte de Vítor Wengorovius, com quem teve um percurso político comum e que classificou como "um grande humanista".

"Se há pessoa que não merecia o sofrimento que passou nos últimos anos era o Vítor Wengorovius, que sempre foi uma pessoa com uma enorme generosidade e energia", declarou Ferro Rodrigues à Lusa.

"Tivemos um percurso comum desde a Comissão Democrática Eleitoral de 1969 até à extinção do Movimento de Esquerda Socialista e fizemos uma aproximação conjunta ao PS", lembrou o ex-líder socialista, lamentando que Wengorovius não tenha tido "possibilidade de levar à prática tudo o que gostaria de fazer" em resultado da sua doença.

Wengorovius, continuou, "teve um papel importantíssimo no 25 de Abril" e era "reconhecido por toda a esquerda que se enquadra hoje na faixa etária dos 40 a 50 anos".

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