O Aviador

Depois da experiência excessiva e frustrante (até em termos de reconhecimento de Óscares) que foi "Gangs of New York", "O Aviador" é um filme à defesa (e se calhar é com ele que Scorsese vai ter o seu Óscar).

Com excepção de duas ou três sequências (entre as quais, a da rodagem das cenas de combate aéreo de "Hell''s Angels"), é obra depois da ressaca, distanciada, cumprindo a encomenda (de DiCaprio) mas sem querer arriscar perdas e traumas pelo excessivo envolvimento emocional (até a forma como a personagem de Hughes está a ser incluída na "família" scorseseana parece mais cumprimento de ritual, desta feita crítico, do que outra coisa). Não deixa de ser curioso, no entanto, que enquanto Scorsese se parece desinteressar do filme (e fazendo- nos desinteressar), seja Leonardo diCaprio, à partida nada talhado para fazer de Hughes, a ganhá-lo. É uma progressão na colaboração entre ambos, depois de Leo não ter conseguido encontrar personagem em "Gangs of New York". Será que à terceira, um anunciado "gangster film", é que vai ser um bom filme? .

Sugerir correcção
Comentar