Europa debate proibição de símbolos nazis

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Franco Frattini partilha o sentimento geral de vergonha no caso da suástica e de outros símbolos nazis DR

A Comissão Europeia deverá discutir a proibição de símbolos nazis depois de, na semana passada, o príncipe Harry ter causado polémica ao usar um uniforme das forças de Hitler com uma suástica no braço, numa festa de máscaras.

A fotografia, publicada no diário britânico "The Sun", levou ao pedido, por políticos alemães, de uma proibição de utilização dos símbolos nazis a nível europeu - existe já uma medida semelhante na Alemanha. Os defensores da proibição total a nível europeu defendem que o assunto seja encaixado na agenda de um encontro de ministros da União Europeia.

O comissário encarregado da Justiça e assuntos internos, Franco Frattini, "partilha o sentimento geral de vergonha no caso da suástica e de outros símbolos nazis", segundo um porta-voz de Frattini citado pela agência Associated Press. "Poderá valer a pena pensar na possibilidade de uma proibição total", continuou o porta-voz, explicando ainda que Frattini pretende enquadrar essa discussão numa base mais alargada que conduzisse a medidas para combater o racismo, fascismo e anti-semitismo. Já há dois anos que medidas do género foram propostas, mas as discussões acabaram num impasse.

"Percebo que o peso da história seja um fardo para os meus colegas alemães", afirmou o líder dos liberais democratas britânicos no Parlamento Europeu, Chris Davies, citado pelo diário britânico "The Times" "on-line". "No entanto, proibir os símbolos não proíbe o mal, e arrisca-se a fazer o jogo dos que tentariam subverter as liberdades por que lutamos."

O porta-voz de Frattini referiu-se logo a esta possibilidade: "Deveremos ser muito cuidadosos na discussão desta questão para distinguirmos entre a luta contra a discriminação e a liberdade de expressão. Às vezes o limite é muito pouco definido."

O príncipe Harry pediu de imediato desculpas por ter escolhido um fato de oficial nazi, mas apenas através de um comunicado. Negou-se a um pedido de desculpas em público e a visitar o campo de concentração de Auschwitz, como tinha sugerido o centro Simon Weisentahl. O socialista alemão Helmut Kuhe chamou a Harry um "idiota real" por não saber as consequências históricas do seu disfarce.

Entretanto, um comité da Câmara dos Comuns abriu um inquérito sobre o assunto. "Onde é que vão buscar estas pessoas que aconselham Harry? Ou são negligentes, ou incompetentes, ou politicamente suspeitas ou tudo isto junto", afirmou o deputado trabalhista Ian Davidson.

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