Carlos Carvalhas abandona liderança do PCP

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Carvalhas Segundo defende que o secretário-geral não se deve eternizar no cargo Nuno Veiga/Lusa

O secretário-geral do Partido Comunista Português, Carlos Carvalhas, anunciou hoje que vai abandonar a liderança do partido no próximo congresso, agendado para os dias 26, 27 e 28 de Novembro, em Almada.

O dirigente comunista falava no Faial, Açores, onde hoje termina uma visita de dois dias ao arquipélago, no âmbito da campanha da CDU para as legislativas regionais.

De acordo com Carlos Carvalhas, os órgãos executivos do partido conhecem a sua intenção de sair do PCP desde o início do ano e a sua decisão não se deve a "divergências" internas no PCP nem ao "cansanço" da vida política.

Segundo explicou o líder comunista, "o secretário-geral não se deve eternizar no cargo", lembrando que ocupa a posição há 12 anos, depois de em 1992 ter sido eleito em congresso para substituir Álvaro Cunhal, escolhido pelo Comité Central para o cargo de Presidente do Conselho Nacional do PCP.

"As razões [para a saída] são simples, 12 anos como secretário-geral, mais dois anos como secretário-geral adjunto. São 14 anos", explicou.

Para Carvalhas, é necessário que o próximo Congresso do PCP faça um "significativo rejuvenescimento e renovação de quadros a todos os níveis: Comité Central e órgãos executivos".

O comunista sublinha que a sua decisão é "natural e sem dramatismos", porque até ao Congresso pretende continuar a desempenhar as funções de secretário-geral. Mesmo assim, admite que esta decisão possa ter repercussões negativas no seio do partido e possa gerar o "relançamento de intrigas e especulações sobre a vida interna e a situação do PCP".

"Confio, porém, que os militantes do PCP e a generalidade dos portugueses que segue com apreço a luta do PCP enfrentem com serenidade e racionalidade política esta questão", concluiu.

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