Quimera do Ouro

Neste quinteto de Chaplins recuperados para o grande público, "A Quimera do Ouro" representa o apogeu da figuração de Charlot, incluindo mesmo a ténue linha entre comédia e tragédia: inspirado na febre do ouro do Klondike, o filme transforma a privação em celebração e possui dois dos "gags" mais conhecidos e fabulosos da sua "persona": a dança dos pãezinhos presos por garfos e a transformação das botas em refeição, com os atacadores a servirem de "ersatz" de esparguete.

Filmado com grandes meios, na Sierra Nevada, o filme sofreu de consideráveis problemas pessoais e financeiros e acabou por ser deslocado para o estúdio. De qualquer modo, o resultado visual é extraordinário, com a famosa cena da fila humana da montanha a estabelecer precedentes gráficos importantes.

Os efeitos especiais, como o do modelo para a cabana que oscila e força os actores a lhe imitarem o movimento, permanecem inesquecíveis. Também a transformação, operada pela fome, de Charlot num frango continua a considerar-se como modelar. Estreado com grande sucesso e reposto nos anos 40, com banda sonora e comentário áudio do realizador, foi considerado por Chaplin, muitas vezes, como o filme pelo qual gostaria de ser recordado.

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