Há quem descubra nos filmes dos Coen um filme-chapéu ("Miller''s Crossing") ou um filme-cabeça ("Barton Fink") - vê-se e percebe-se. Agora, "O quinteto de morte" deve ser o filme-riso-de-caveira. Porque há por lá um crânio, mas sobretudo porque o esgar, quando os músculos faciais se imobilizam numa posição que não é de riso porque já é de incómodo, é o estado a que chega o espectador. "Remake" de "O Quinteto era de Cordas", de MacKendrick? É o que Joel e Ethan dizem, embora acrescentem que não são fãs do filme ou sequer conhecedores. Portanto, o "remake" serve apenas de alibi para o "crime". Até porque antes de aí chegar já se pode concluir que "O Quinteto de Morte" acumula situações de caricatura a fazer humor-negro e bizarria góticosulista (o filme passa-se no Sul americano, espaço que os Coen descobriram que é fértil para as suas imaginações com "Irmão onde estás?"), mas no fundo, no fundo, é de um vazio assassino.
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