Não, subtileza não é qualidade do cinema de del Toro. Mas manda a verdade dizer que é essa característica que resgata "Hellboy" da transcrição limpinha do universo da BD para o cinema. É bom encontrar no filme, que adapta ao cinema a personagem criada por Mike Mignola, a depressão, depressão, mesmo uma vertigem de auto-destruição que cobre a vida destes (anti)heróis e o caldeirão de referências que nos põe a conviver de uma vez só com a aventura à Indiana Jones e com a escuridão gótica. Voltando ao início: del Toro não é o visionário Tim Burton, que (em "Batman Returns") escavou até ao âmago da vida de um super-herói de BD e lá encontrou um pedaço do seu imaginário - e do nosso.