Beber café e fumar

Dá para fazer um "top" das conversas favoritas sobre café e cigarros: Alex Descas e Isaach de Bankolé, porque não chegam a ultrapassar o incómodode estar juntos; Alfred Molina e Steve Coogan, encontro que é o que mais se parece com um "sketch", em que a ideia de "personagem" mais se sobrepõe à "persona" dos actores; pela razão inversa, Iggy Pop e Tom Waits, que são Iggy e Tom ou a ideia que temos deles; os White Stripes, porque Jarmusch capta a proximidade ao conto de fadas que existe na música de Meg e Jack; e, "last but not the least", Taylor Meade e Bill Rice, fantasmas do "underground" dos anos 70. Há mais gente por lá, de Cate Blanchett a Benigni, o dispositivo repete-se e cansa, o essencial só se evidencia a espaços. Mas é verdade que o conjunto, e a memória dessa experiência (fica um aviso: não é preciso beber café e fumar para a saber viver...), é mais marcante do que cada uma das partes.

Sugerir correcção
Comentar