O treinador Jaime Pacheco, que acaba de regressar ao Bessa, pretende um Boavista "audaz e ambicioso" no jogo de sábado frente ao FC Porto, no novo Estádio do Dragão, embora admita que não vai ser tarefa fácil.

A dois dias do compromisso da 26ª jornada da SuperLiga, Jaime Pacheco — que esta semana rendeu Erwin Sanchez no comando técnico da equipa boavisteira — mostrou-se visivelmente satisfeito neste regresso a casa: "Já tinha saudades, pois este é que é o meu mundo".
Pacheco, que admitiu sentir-se "deslocado sem estar a treinar", afirmou que encontrou um "balneário organizado e bem mobilado" e espera que os jogadores consigam manter a motivação e vontade de trabalhar.

O FC Porto vai "apadrinhar" o regresso de Jaime Pacheco ao Boavista, mas o técnico admite "respeito e não medo" pelos "azuis e brancos", líderes da SuperLiga e "carrascos" do colosso Manchester United na Liga dos Campeões.

"Toda a gente diz que o FC Porto é uma das melhores equipas da Europa, eliminou o Manchester United e nós não somos o Manchester United, pelo que vamos sentir muitas dificuldades", disse Jaime Pacheco.

Apesar de ter consciência que se o FC Porto jogar como o fez com o Manchester United o "jogo vai ser muito difícil", Jaime Pacheco reconhece que o Boavista tem "remotas possibilidades" de surpreender o "dragão".

Pacheco admitiu que ainda não pensou na estratégia para o encontro com o FC Porto, nem tão pouco na equipa, dado que ainda tem algumas dúvidas, mas promete tentar "dar espectáculo e ir o máximo de vezes à baliza, mesmo correndo riscos".

O facto de a equipa do FC Porto poder acusar algum desgaste da partida e deslocação a Manchester poderá jogar a favor do Boavista, mas há também o reverso da medalha, que tem a ver com a motivação dos portistas. "Temos que ser uma equipa organizada, para conseguirmos alcançar os objectivos traçados para o Estádio do Dragão, em que o empate não era mau, mas quem arrisca jogar para o nulo quase sempre acaba por perder", refere o treinador.

O objectivo de Jaime Pacheco neste seu regresso ao Bessa é dar continuidade às coisas positivas herdadas de Sanchez e "apetrechar a equipa de uma qualidade de trabalho que possa lutar, jogo a jogo, pelos três pontos em disputa".

Calendário até final da época "é muito complicado"

Alcançar os lugares que dão acesso à Europa não faz parte, para já, dos planos do treinador, que "pegou" na equipa no sétimo lugar, com 37 pontos, dado que o calendário até final da época "é muito complicado".
Depois do jogo com o FC Porto (1º), o Boavista defronta o Sporting de Braga (5º), Nacional da Madeira (4º), Estrela da Amadora (18º), Moreirense (10º), Sporting (2º), Gil Vicente (12º), União de Leiria (13º) e Marítimo (6º).

"Empenho, trabalho e dedicação" é o que Pacheco pretende dos seus jogadores e, em troca, o treinador procurará "incentivar essa vontade, por forma a que a equipa possa melhorar a qualidade de jogo e ganhar mais vezes".

"Vou procurar sempre colocar em campo a melhor equipa", adiantou Jaime Pacheco, acrescentando que todos os jogadores que integram o plantel "axadrezado" terão as mesmas oportunidades dado que são todos válidos.

O presidente João Loureiro incumbiu Jaime Pacheco de avaliar o plantel tendo em vista a próxima época, missão facilitada pelo facto de o técnico já conhecer praticamente todos os jogadores e os que não treinou reconhece que têm valor.