A realização das eleições europeias pode ficar marcada pela maior taxa de abstenção dos últimos anos, segundo uma sondagem publicada hoje no "Correio da Manhã", que aponta para uma abstenção de 69,4 por cento.

Segundo a sondagem, apenas 31 por cento dos eleitores tencionam ir às urnas no dia 13 de Junho, aumentando a taxa de abstenção relativamente às últimas europeias, em 1999, altura em que 60,07 por cento dos eleitores não votaram.

De acordo com a mesma sondagem, os portugueses que vão votar nas europeias vão dar o mesmo número de votos à coligação PSD/CDS-PP e ao P, com 39,7 e 39,2 por cento dos votos, respectivamente.

Apesar da pequena diferença de votos, estes números permitiriam à direita eleger mais um eurodeputado, ficando com onze, ao passo que o PS poderá eleger apenas dez, menos dois do que o número actual.

A CDU (coligação PCP e "Os Verdes") reúne, de acordo com a mesma pesquisa, sete por cento das intenções de voto, mantendo os actuais dois deputados, enquanto o Bloco de Esquerda, com 3,7 por cento de votos, poderia eleger Miguel Portas, o cabeça-de-lista.

Apesar da elevada abstenção, os portugueses dizem estar muito atentos aos nomes escolhidos para as listas: 76,9 por cento dos inquiridos diz que é de "muita importância" a escolha do cabeça-de-lista, sendo o socialista Sousa Franco o preferido, com 45,7 por cento.

Para a realização desta sondagem foram entrevistadas telefonicamente 600 pessoas (319 mulheres) nos dias 1 e 2 de Março.