Nostalgia

O último grande filme de Woody Allen (e era um filme em tons de gravidade) foi já há algum tempo, foi "As Faces de Harry". Allen tem-se entretanto recriado como escritor de "gags", uma espécie de regresso às origens com melhores (por exemplo, "Poderosa Afrodite") ou piores resultados ("Hollywood Ending", um dos pontos mais baixos da sua obra).

"A Vida e Tudo o Mais" não desmente um cineasta em "piloto automático", como se costuma dizer, mas destaca-se talvez pela nostalgia. Numa Nova Iorque banhada pela luz do Verão (e que só existirá na cabeça do realizador), um amor entre dois jovens, Jason Biggs, Christina Ricci, tem a consciência do fim, como o amor entre pessoas maduras. Podemos também imaginar: como uma operação de transferência, Allen filmou-os a pensar em Woody Allen e em Diane Keaton, em "Annie Hall", em "Manhattan".

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