"Dr. Morte" encontrado morto na sua cela

Foto
O médico ter-se-á suicidado DR

Harold Shipman, o assassino em série britânico em prisão perpétua por ter assassinado pelo menos 15 dos seus doentes, foi encontrado hoje morto na sua cela. Os serviços prisionais de Wakefield, no Reino Unido, dizem que o homicida, conhecido como "Dr. Morte", se enforcou.

Shipman era médico de família e foi condenado em 2000 pelo homicídio de 15 dos seus pacientes, na sua maioria idosos. Uma investigação subsequente demonstrou que matou pelo menos 215 dos seus clientes ao longo dos anos, o que o torna o mais importante assassino em série da história do Reino Unido.

O médico foi encontrado esta manhã na sua cela já morto, cerca das 06h20, sendo a hipótese de sucídio a mais provável. Apesar de o caso não estar ainda concluído, um responsável prisional de Wakefield respondeu, quando questionado pela AFP sobre se se trataria de suicídio: "Tanto quanto sabemos, sim".

Harold Shipman tinha 57 anos e terá assassinado mais de 200 pacientes com injecções de heroína. Essa foi a conclusão a que chegou a juíza Janet Smith, encarregada do inquérito, que estimou que o médico de família instalado em Hyde, perto de Manchester, matou 215 dos seus pacientes - podendo o número atingir os 260, salvaguarda o documento - entre 1975 e 1998.

Confirmadas as 215 mortes, o médico britânico ficou oficialmente à frente na lista dos piores assassinos em série do mundo, até agora encabeçada pelo colombiano Pedro Lopez - mais conhecido como o "monstro dos Andes" -, condenado por 57 mortes mas suspeito de ter assassinado mais de 300 jovens raparigas.

25 anos de crimes?

Harold Shipman foi preso em 1998 e o registo de óbitos de pacientes seus na época era de uma média de um por semana. Durante todo o processo de tentativa de averiguação da autoria e número de mortes em Hyde, o médico tornou-se um muro de silêncio, recusando mesmo testemunhar no seu próprio processo. Foi estabelecido um motivo para o crime em apenas um dos 15 homicídios pelos quais foi condenado.

A maior parte das suas vítimas eram idosas, cujas mortes ocorriam quase sempre à tarde, em casa, sem que tivessem um historial clínico que indicasse perigo de vida. Todas as mortes aconteceram depois de uma visita domiciliária do médico de família, Harold Shipman. O médico, que prestou serviços em várias pequenas cidades, era muito popular entre os seus pacientes, que frequentemente o seguiam quando mudava de instalações.

As suas actividades ficaram sob suspeita quando a filha de uma paciente recentemente falecida descobriu que o testamento da mãe teria sido falsificado, o que apareceu como o único móbil para os vários crimes de Shipman. Um psiquiatra ouvido em tribunal no processo de Shipman aludiu que o médico teria levado a cabo essa falsificação "como se quisesse ser apanhado".

Sugerir correcção
Comentar