O mistério deste filme é um espelho, na verdade o ecrã do espectador, onde o mundo e as suas figuras se reflectem - como se nada existisse, para além do reflexo ou eco. O prodígio de "India Song", filme, também é esse: a palavra é a entidade criadora da imagem, aquilo que tudo desencadeia, mas isso é, fundamentalmente, cinema e não literatura (muito menos "filme literário"). Duras, na sua forma totalitária de dizer as coisas, de se abeirar delas, dizia que os seus filmes eram o oposto do cinema. Não eram, "India Song" é cinema, totalmente cinema, porque é hipnose - se calhar, é aquilo que hoje mais parecido deve ser da experiência do espectador dos primórdios.
Gerir notificações
Estes são os autores e tópicos que escolheu seguir. Pode activar ou desactivar as notificações.
Gerir notificações
Receba notificações quando publicamos um texto deste autor ou sobre os temas deste artigo.
Estes são os autores e tópicos que escolheu seguir. Pode activar ou desactivar as notificações.
Notificações bloqueadas
Para permitir notificações, siga as instruções: