José Cesário garante melhor ensino da língua portuguesa no estrangeiro

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas reconheceu hoje que "há grandes assimetrias" em termos do ensino da língua portuguesa no estrangeiro, mas manifestou-se esperançado que esse "gravíssimo problema" seja resolvido durante o seu mandato.

"O Estado português coloca 380 professores na Europa, 20 na África do Sul e nem um nos Estados Unidos da América, Canadá, Austrália, Venezuela e muitos outros países. Isto é gravíssimo, cria desigualdades muito grandes, mas espero que durante este mandato haja mudanças de fundo neste sistema", salientou José Cesário.

Falando em Monção, no decorrer da Grande Festa Anual da Juventude e das Comunidades Portuguesas, o governante disse que a solução do problema não passa pela colocação de mais professores portugueses no estrangeiro, mas sim pelo aproveitamento dos recursos humanos que existem nas próprias comunidades.

"Um professor português no estrangeiro custa em média cinco mil euros mensais ao Estado português. Se contratarmos esses professores localmente, sai-nos muito mais barato e podemos ter a mesma qualidade", defendeu.

José Cesário salientou a necessidade de uma maior aproximação dos 4,5 milhões de emigrantes aos dez milhões que permanecem no país, frisando que esse é "o grande desafio" para quem governa. Para reforçar essa aproximação, o secretário de Estado disse que estão já a ser dados vários passos, entre os quais o melhoramento dos serviços consulares, onde, dentro de dois ou três meses, começarão a ser emitidos bilhetes de identidade online.

Por outro lado, referiu, o Governo está empenhado em levar os serviços consulares onde eles não existem ou onde são manifestamente escassos, como são os casos de países como o Canadá, o Reino Unido e os Estados Unidos da América. Esse reforço será feito com o sacrifício de países como a França e a Alemanha, que neste momento têm 17 e seis delegações consulares, respectivamente.

Outra aposta é a criação de estruturas que aproximem o poder local dos seus emigrantes, estando já a ser criada uma rede regional de apoio às comunidades. "Já protocolámos esses serviços com 20 municípios e vamos alargá-los a mais nos próximos meses, para que um dia todas as câmaras tenham serviços específicos para os seus emigrantes", referiu José Cesário.

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