PSD e PP do Barreiro acusam a Câmara de não resolver suspensão do INEM

As concelhias do Barreiro do PSD e CDS-PP acusaram ontem a câmara local, de maioria socialista, de não estar a fazer tudo para resolver o problema do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), suspenso naquela localidade pelos bombeiros que alegaram não poder suportar financeiramente os custos do serviço.

O serviço do INEM é assegurado no Barreiro, desde o dia 22 de Abril, apenas pelas ambulâncias dos bombeiros, depois do comandante da corporação ter rescindido o contrato com aquele instituto alegando atrasos no pagamento dos prémios de saída - uma verba que as corporações de bombeiros recebem do INEM por cada serviço que executam. O deputado da Assembleia da República e líder do PSD do Barreiro, Bruno Vitorino, entende que a situação no imediato "só pode ser resolvida pela câmara". "Isto é uma questão de prioridades. O senhor presidente da câmara atribui subsídios às colectividades locais sem qualquer critério. Atribuiu 250 mil euros de subsídio ao basquetebol profissional do Barreirense. O que se passa é que o senhor presidente da câmara não quer resolver o problema", disse Bruno Vitorino após uma reunião que efectuou - acompanhado por Sandro Leão do PP - com os dirigentes da corporação de bombeiros de Salvação Pública.

Apesar das tentativas, não foi possível ouvir o presidente da câmara do Barreiro, Emídio Xavier, acerca das acusações do deputado social democrata. Mas o autarca já tinha esclarecido, no passado, que "a câmara não tem disponibilidade financeira para resolver o problema do INEM no Barreiro". "Já demos ajuda à corporação de bombeiros para a construção do novo quartel. A câmara não pode assumir mais este compromisso financeiro".

Bruno Vitorino diz que os argumentos apresentados pelo autarca "não fazem sentido". "A câmara do Barreiro não está falida. Esta é uma decisão política e que se baseia numa lista de prioridades". O deputado sugere que a câmara crie, em colaboração com a corporação de bombeiros, grupos permanentes de intervenção. "O serviço poderia ser melhorado e a câmara apenas suportaria 40 por cento dos custos. O restante caberia ao Ministério da Administração Interna".

"Noutros concelhos do país onde existe o serviço do INEM, as câmaras colaboram. No Barreiro deveria acontecer o mesmo. O secretário de Estado da Saúde já anunciou que a tabela de pagamento dos prémios vai ser revista, mas mesmo assim as câmaras terão de continuar a colaborar", considera Bruno Vitorino, que vai solicitar uma reunião com o presidente da autarquia barreirense para abordar a suspensão do serviço do INEM.

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