Metro a sério no Porto a partir de hoje

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Hoje de manhã, as carruagens do metro do Porto andavam de lotação esgotada João Abreu Miranda/Lusa

O presidente da comissão executiva da empresa Metro do Porto (MP), Oliveira Marques, era ontem um homem feliz. O metro do Porto já é uma realidade e, a partir de hoje, estará disponível entre as estações da Trindade e do Senhor de Matosinhos, junto ao porto de Leixões.

É claro que são "apenas" 12 quilómetros, mas Oliveira Marques sabia que era importante mostrar obra. Este economista, com fama de ser exigente e ter mau feitio, sabia isso desde que assumiu funções em Junho de 2000. Ontem, finalmente, alcançou a sua primeira grande meta.

O primeiro-ministro, Durão Barroso, acompanhado pelo ministro das Obras Públicas e dos Transportes, Valente de Oliveira, fez a viagem inaugural entre as estações da Trindade e da Casa da Música. Pouco mais de dois quilómetros, cumpridos sem sobressaltos e perante alguma indiferença. Quiçá porque, para os portuenses, e especialmente para os que moram junto à linha, o metro já é familiar. Há vários meses que o Eurotram - experimentalmente, é certo -, vem circulando nesta linha. A partir de hoje, os utentes podem utilizá-lo, de borla, entre as 6h00 e a 1h00, durante este mês.

A comitiva fez uma paragem na Estação da Casa da Música, onde teve então lugar a cerimónia protocolar de inauguração. Valentim Loureiro, presidente da Junta Metropolitana do Porto e da administração da MP, disse a Durão Barroso estar ali para lhe apresentar uma linha que vai servir dois concelhos e 430 mil habitantes. E meteu uma "cunha" para a linha de Gondomar, que ainda não saiu do papel.

O chefe do Governo fechou a cerimónia, testemunhada por centenas de convidados e algumas dezenas de populares, garantindo igualdade de tratamento aos sistemas de metro de Lisboa e do Porto (ver outro texto). Depois, a comitiva seguiu de Metro rumo a Matosinhos, onde o veículo que a transportava passou totalmente despercebido aos relativamente poucos cidadãos que circulavam pelas ruas da cidade à hora de almoço.

E foi assim, com escasso envolvimento populacional e sem grande calor festivo, que o metro foi inaugurado. Uma alternativa que, mesmo fora das horas de ponta, deverá ser imbatível no que respeita aos tempos de viagem. Que carro será capaz de fazer o percurso Trindade-Casa da Música em cinco minutos? Ou Trindade-Sete Bicas (NorteShopping) em 16 minutos?. Ou, por fim, Trindade-Senhor de Matosinhos em 34 minutos [estes valores são da responsabilidade da MP]?

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