Ex-ditador birmanês, general Ne Win, morreu hoje aos 92 anos

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Aung San Suu Kyi, líder da oposição e Prémio Nobel da Paz, é um dos rostos mais simbólicos da luta pela democracia no país DR

Ne Win, de 92 anos, encabeçou em 1962 o golpe de Estado que acabou com o Governo democrático do então primeiro-ministro birmanês, U Nu. Depois disso, o ditador embarcou numa política de nacionalizações e isolamento internacional até à sua retirada do poder, em 1988, quando o país já estava irremediavelmente transformado num dos mais pobres do mundo.

Depois de passar o poder a militares que lhe eram leais, Ne Win continuou a ser o homem com maior influência da República de Myanmar, nação que em 1948 alcançou a independência do Reino Unido.

O general Ne Win caiu em desgraça em meados do ano passado quando foi confinado à sua vivenda da capital birmanesa pelo seu alegado envolvimento no “complot” levado a cabo por membros da sua família, com o objectivo de derrotar a actual junta militar.

Um genro e três netos de Ne Win foram detidos em Março de 2001 e sentenciados à morte por enforcamento nesse mesmo ano após terem sido considerados culpados de alta traição.

Desde a interrupção do poder de Ne Win que a República de Myanmar é governada por uma junta governamental, que em Maio passado libertou a líder opositora birmanesa, Aung San Suu Kyi, num indício de que aquele país asiático poderia estar a fazer o início de uma travessia em direcção à democracia e ao respeito pelos direitos humanos.

Porém, a junta militar parece entretanto ter perdido o interesse em reavivar as conversações com a Nobel da Paz e a sua Liga Nacional para a Democracia (LND), vencedora das eleições legislativas de 1990 mas cuja vitória nunca foi reconhecida pelos militares birmaneses.

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