Oito pessoas detidas em França no âmbito de atentado contra sinagoga tunisina

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Oito pessoas foram detidas em França pelos serviços de segurança no âmbito do inquérito ao atentado contra uma sinagoga da ilha de Djerba, na Tunísia. O ataque, ocorrido no passado dia 11 de Abril, causou 19 mortos, entre os quais 14 alemães, dois franceses e três tunisinos.

A Direcção de Vigilância do Território (DST, serviços de segurança franceses) realizou as detenções em Saint-Priest e Vénissieux, tendo contado com a colaboração da polícia nacional de Lyon, informou o Ministério do Interior francês.

Os oito detidos foram colocados sob custódia policial, que, em matéria de terrorismo, pode prolongar-se por quatro dias. Segundo fontes ouvidas pela Reuters, entre os detidos estão o pai, a mãe, o irmão e um cunhado do condutor do camião-cisterna armadilhado usado no ataque. De acordo com os investigadores, o autor do crime, que acabou por morrer, foi o tunisino Nizar Ben Mohamed Nasr Nawar, que seguia sozinho no camião. Em sua casa, a polícia tunisina apreendeu um telefone satélite do mesmo tipo dos utilizados no Afeganistão por alegados membros da Al-Qaeda.

O atentado contra a sinagoga de Al Ghriba causou igualmente 19 feridos e foi reivindicado numa declaração transmitida pela televisão árabe Al-Jazira, no passado dia 23 de Junho, por Suleiman Abu Ghaith, membro da rede terrorista Al-Qaeda, acusada de estar na origem dos ataques de 11 de Setembro de 2001 nos EUA.

"A operação foi realizada por um jovem da organização Al-Qaeda, que não suportou ver os seus irmãos palestinianos matarem-se, enquanto os judeus se passeiam, regozijam e cumprem livremente os seus rituais", declarou Abu Ghaith. A reinvidicação do ataque veio contrariar a insistência das autoridades tunisinas de que a explosão teria sido acidental.

O atentado de Djerba levou as autoridades alemãs a seguirem a pista de uma nova célula islamista radical sedeada na região de Duisbourg. Ao que tudo indica, os seus membros terão estado em contacto com a rede e os "kamikazes" envolvidos nos atentados contra o World Trade Center, em Nova Iorque, e o Pentágono, em Washington.

As autoridades alemãs concluíram ainda que o ataque pretendia matar o maior número de turistas possível, já que o camião armadilhado passou uma primeira vez em frente à sinagoga bem cedo pela manhã do dia 11 de Abril, altura em que ainda havia poucas pessoas no local de culto.

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