É o mais interessante filme de João Mário Grilo dos últimos anos (talvez desde "O Fim do Mundo", com quem "A Falha" joga em mais de uma rima), pela sugestão (desejo?) de apocalipse com que se enfrenta e confronta um país (que encontramos em outros cineastas portugueses, de Oliveira a Botelho, passando por Seixas Santos), pela forma como os planos são capazes de integrar e, simultaneamente, fazer a crítica do registo televisivo, pela tristeza, pela nostalgia que habita as personagens em relação a um passado que não volta - e que pode ser também o fulgor perdido de um cinema que já foi "cinema novo". É o filme mais carnal do realizador. E o mais interessante até ao desenlace: é que se "a falha" geológica que encerra as personagens neste retrato, de catarse, de geração pode ter leitura psicanalítica, então também se pode dizer que Grilo falhou no momento decisivo, quando "passou ao acto"?
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