O Dogma 95 deu nisto

O Dogma 95 deu nisto, ou seja, no "happy end"? Mais: o manifesto a querer experimentar um novo moralismo cinematográfico ficou reduzido à "sitcom"? Tudo isto será verdade, mas assim escrito parece mesmo um diálogo de um (velho) filme Dogma - cínico, castigador. Reformulemos, então, segundo o (novo) calor que assola a marca do manifesto dinamarquês: foi descoberto o afecto pelas personagens, as marcações serão televisivas, nas "deixas" e nas entradas e saídas de campo, mas os intérpretes são virtuosos. A revolução e o experimentalismo já vão longe ("Os Idiotas", de Lars von Trier, fica como o ponto mais alto), o Dogma 95 sempre deixou ver uma quota parte de embuste e, por isso, agora é esperar que acabe mesmo. Enquanto isso, cineastas como Lone Scherfig vão utilizando o que resta das regras do manifesto (a câmara ao ombro, a proibição de artifício, etc, etc.) para alargar os seus limites.

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