O autarca do Porto, Rui Rio, concorda com a iniciativa do Presidente da República, Jorge Sampaio, em reunir os responsáveis pelo Campeonato da Europa de 2004 e tentar resolver as polémicas levantadas, nas quais Rio e o líder do FC Porto, Pinto da Costa, têm sido um dos principais protagonistas.

"Fico contente com a intervenção do Presidente da República. Vai no sentido do que tenho vindo a defender, que é necessário retirar a carga emotiva e apelar à racionalidade, bom-senso e sentido de equilíbrio na defesa do interesse nacional", afirmou Rui Rio, em declaração lida por um assessor de imprensa e citada pela Lusa.

O presidente da Câmara portuense acusou ainda os dirigentes e ministros ligados ao Partido Socialista de terem cometido "demasiados exageros". "Há um claro aproveitamento para as eleições de 17 de Março, que reforça a carga emotiva e retira racionalidade à questão. Nesse sentido, entendo que é um apelo mais do que oportuno".

De qualquer forma, logo após ter tomado posse, Rui Rio questionou os acordos que os seus antecessores fizeram com o FC Porto. Vincou várias vezes que esses negócios foram prejudiciais para a autarquia, revelou que a Câmara detêm um défice financeiro muito alto e disse não ter dinheiro para os acessos previstos no Plano Pormenor das Antas, no qual está incluído o estádio portista.

Depois de muitas trocas de palavras com os seus antecessores, Fernando Gomes e Nuno Cardoso, o presidente do FC Porto e o ministro do Desporto, José Lello, Rio tentou acalmar os protestos dos comerciantes reduzindo a área comercial prevista neste projecto e substituindo-a por edifícios para habitação. Mesmo assim, o financiamento dos acessos continua por garantir.

Pinto da Costa responde que tais alterações impossibilitavam o financiamento do estádio, desmontou a argumentação de Rio, que foi variando ao longo do último mês, e ordenou a suspensão das obras, logo depois de os inspectores da União Europeia de Futebol (UEFA) terem visitado os estádios previstos para a competição.

O presidente deste organismo, Lennart Johansson, ameaçou retirar a organização do evento e Sampaio respondeu de imediato que "Portugal é um país soberano" e que vai manter o compromisso com a UEFA e espera que esta entidade faça o mesmo.