ANIMAL contra produção de «foie-gras» feita à custa de gansos e patos

A ANIMAL pretende que Portugal, seguindo o exemplo de outros países europeus, faça pressão junto da União Europeia (UE) para que a produção de "foie-gras" seja proibida, disse hoje um dirigente da associação. Para tal, a associação está até amanhã no Porto numa acção de sensibilização.

Pretendendo alertar para a forma como é produzido o "foie-gras", a associação colocou junto à estátua de D. Pedro IV um ganso, denominado para a ocasião "Monsieur Ganso", ao lado do qual estão apresentados, dentro de um tacho, 13 kg de esparguete, o equivalente para os humanos da quantidade de alimento que os animais são forçados a ingerir diariamente."É o cúmulo da exploração animal", disse Pedro Vilarinho, membro da associação, acrescentando que os patos e gansos são alimentados, entre 20 e 30 dias, três vezes por dia por um funil com cerca de 30 centímetros, não podendo praticamente mexer-se, abrir as asas e ter contacto com a água.
"Entupido com tanta comida [meio quilograma de comida em apenas três segundos várias vezes ao dia], o animal fica com o fígado doente, que é a matéria prima do foie-gras", afirmou.
Segundo Pedro Vilarinho, o fígado de um pato ou ganso fica entre seis e dez vezes maior, chegando a pesar entre 300 e 500 gramas, quando o seu tamanho normal é de 50 gramas.

Produção proibida em vários países

O responsável salientou que a produção de "foie-gras", através de métodos de alimentação forçada, é proibida na Alemanha, Áustria, Dinamarca, Noruega e Polónia, "porque é injustificável tamanha crueldade".Contudo, estes países importam o "foie-gras", principalmente da França, para responder às exigências dos consumidores.
"Só em Portugal, em 1998, foram importadas 74 toneladas de foie-gras", disse, citado pela Lusa.
A Comissão Científica de Saúde e Bem-Estar Animal da UE estudou este método e concluiu que, pela sua crueldade, esta técnica deve ser banida do espaço europeu, aconselhando a indústria a adoptar outras técnicas.
A ANIMAL está ainda a distribuir postais à população, que deverão ser colocados nas caixas de sugestões dos hipermercados como forma de protesto contra a venda do produto, "especialmente procurado nesta época de Natal", acrescentou o dirigente. Além disso, recolhe assinaturas para uma petição que deverá ser entregue ao Ministro da Agricultura.

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