Turquia autoriza investigadores da morte de Olof Palme a interrogarem Oçalan

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Oçalan acusa a ex-mulher de ter estado implicada na morte do antigo primeiro-ministro sueco EPA

Os agentes da polícia sueca que investigam a morte do antigo primeiro-ministro Olof Palme receberam autorização da Turquia para interrogar o líder do Partido dos Trabalhadores Curdistão (PKK), Abdullah Oçalan, que acusou recentemente a sua ex-mulher de estar implicada no crime.

"Recebemos luz verde das autoridades turcas para interrogar Abdullah Oçalan", disse à AFP o chefe da polícia criminal, Lars Nylen, responsável pela investigação. "Ainda não sabemos onde nem em que condições isto vai acontecer", sublinhou, citado pela AFP.Segundo Lars Nylen, "a pista do Partido dos Trabalhadores do Curdistão já não é privilegiada pelos investigadores. Não é uma prioridade. Mas não deixamos nada de lado e estudamos todas as informações relativas à morte de Olof Palme".
Os investigadores suecos querem, nomeadamente, ouvir as explicações de Oçalan, que terá referido como responsável pela morte de Palme um movimento curdo "dissidente" liderado pela sua ex-mulher, Kesire Yildirim.
O finlandês Gunnar Jansson, único observador independente que assistiu ao julgamento de Oçalan, confirmou ao jornal "Aftonbladet" ter testemunhado as acusações proferidas pelo líder do PKK contra a sua ex-mulher.
Oçalan foi preso a 15 de Fevereiro de 1999 no Quénia e extraditado para a Turquia, onde foi condenado à morte por traição e separatismo em Junho do mesmo ano, na ilha-prisão de Imarali, no mar de Marmara (Noroeste da Turquia), onde se encontra detido. A sua execução está suspensa enquanto se aguarda uma decisão do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.
O antigo primeiro-ministro sueco foi assassinado em Estocolmo, a 28 de Fevereiro de 1986, quando saía de um cinema na companhia da mulher, Lisbeth. A polícia ainda não deteve os culpados do homicídio, crime que prescreve em Fevereiro de 2011.
A pista curda foi uma das primeiras a serem apontadas por se considerar, na época, que o PKK tinha vários motivos para querer eliminar Olof Palma. Um deles era o facto de o primeiro-ministro sueco ter condenado o movimento, em 1984, classificando-o como "organização terrorista".
Outras organizações apontadas como potenciais interessadas na morte de Palme eram a CIA (serviços secretos norte-americanos) e o KGB (serviços secretos soviéticos), pois tanto a União Soviética como os Estados Unidos tinham um relacionamento difícil com o primeiro-ministro sueco nos tempos da Guerra Fria.

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