O cinema de John Frankenheimer é, habitualmente, uma máquina pesada; as figuras humanas são insondáveis, os corpos invólucros presos a um maquinismo. Em "Ronin", por exemplo, só há rostos fechados. Paris está povoada por ex-operacionais do KGB e da CIA, agora mercenários sem dono, samurais sem senhor feudal, sombras condenadas a um mutismo triste e a pairar no limbo. Já não existe guerra fria, já não existe razão — eles andam atrás de uma mala, mas o que é que ela tem dentro? não é suposto sabermos—, só que a máquina continua em funcionamento. A fotografia é pastosa, como as almas penadas deste filme que faz figura de fantasma de um cinema que desapareceu.
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