Jardim diz que Costa é o "adversário" da autonomia da Madeira

Ex-líder do PSD-Madeira anunciou que estará "disponível para colaborar com o partido nos próximos meses, antes das eleições"

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Alberto João Jardim regresou aos congressos do PSD-Madeira LUSA/MIGUEL A. LOPES

O presidente honorário do PSD/Madeira, Alberto João Jardim, regressou ontem aos congressos regionais do partido e mostrou-se disponível para trabalhar ao lado de Miguel Albuquerque até 22 de Setembro. Objectivo: preparar a 12ª vitória do PSD em eleições regionais na ilha. Depois de um discurso de quase uma hora, muito aplaudido pelos 700 militantes presentes, Jardim e o seu sucessor protagonizaram o momento-surpresa do conclave, recriando eles próprios o abraço que Menezes e Rio deram dois dias antes.

A partir do palco, Alberto João Jardim apontou baterias ao primeiro-ministro, António Costa, que elegeu como "adversário" da autonomia . "O nosso adversário é um indivíduo que foi número dois de José Sócrates e que se chama António Costa", disse o ex-líder dos madeirenses. Jardim sublinhou que o primeiro-ministro "não é estadista", mas apenas "um homem do aparelho" e um "partidocrata".

Alberto João Jardim mostrou-se confiante na vitória do PSD nas eleições regionais de 22 Setembro e, desde logo, pediu ao novo governo regional que internacionalize o problema da autonomia.

"Se nós continuarmos a insistir na luta pela autonomia e eles [as instituições governativas nacionais] continuarem a nos cortar as pernas, nós legalmente, com base na Constituição, devemos internacionalizar o problema e recorrer aos competentes órgãos internacionais", declarou.

O ex-líder social-democrata e ex-presidente do Governo Regional da Madeira manifestou-se, por outro lado, disponível para colaborar com o partido nos próximos meses, antes das eleições, e alertou para a necessidade de "apresentar ao voto do eleitorado madeirense os melhores que houver em cada sítio, em cada freguesia, em cada concelho".

Considerou ainda que as duas referências do PSD nos próximos meses devem ser a "unidade" e a "qualidade", advertindo que "as listas não devem ter anticorpos que destruam esta imagem".

Numa intervenção que durou cerca de uma hora, Alberto João Jardim classificou o Governo da "geringonça" (PS com apoio do PCP e do BE) de "mentira", sobretudo quando é apresentada como uma forma de estabilidade social.

"Neste momento, vivemos em instabilidade social. Temos neste momento greves, paralisações, o povo a ser prejudicado mais ainda do que no tempo do genocídio social que houve com o malfadado Plano de Ajustamento Económico e Financeiro", realçou, vincando que a sua política da "geringonça" assenta na "incompetência" e num "plano claro para destruir a classe média portuguesa".

O discurso de Alberto João Jardim assentou, de modo geral, em quatro reflexões: a autonomia, a Madeira que o PSD construiu, os objectivos para o futuro e o partido.

No que toca à autonomia, defendeu que dela depende a "sobrevivência" dos madeirenses e que não pode ser entregue aos colonialistas, que é como classifica a aposição regional e o Governo central.

Do mesmo modo, disse que a Madeira é uma "obra de todos", pelo que seria "suicídio" entregar a região à "mediocridade comprovada da esquerda".

Jardim defendeu a revisão da Constituição com vista a "acabar com o Estado unitário" e a obter mais autonomia e, por outro lado, considerou que a região deve reforçar o seu posicionamento na União Europeia.

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